Eu o beijo no ocaso,
Traio no amanhecer
E o tenho quando fecha os olhos para a vida.
Vida que de vivida,
Já foi dita para os mais antigos dançarinos da Praça Central.
Da cidade do caos.
Do império sem mal.
Mal sem bem.
Bem sem adeus.
Acostumar com o balanço das folhas,
Das ilhas sem moradores,
Orações sem pedidos
E amores repartidos.
Acostumar com o cheiro da selva,
Da costela de Eva
E seu bem no mal.
Sonhar e esperar o que será.
O que seria.
O que podia.
E o que devia.
Ah, coitado!
Já sem rumo,
Sem fumo e com moedas no bolso
Procura uma vida melhor.
Dormindo em meio ao carnaval,
Sonhando sem colchão,
E beijando seu perdão,
Ele ainda há de se encontrar,
Em outra vida, mais bonita
E sem sombra para descansar.
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