sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Quatorze

São fios
E laços
Entre nós
Descalços

São vertentes
Vigentes
Vindo
De repente

São cores
Temores
e
Dores

Não há sal
Nem sol
Não há feijão
Nem lençol
Não há piso
Nem mar

Não há nada além de mar
De lixo
De grito
Sem sentido
Sem certeza

São palafitas!
Cheias de fitas de uma só cor
Sem voz
Nem vez

São homens amarrados
Largados
Descaso!

Sâo mulheres sangrando
Pelas pernas
Pelos olhos
Pelos filhos

E crianças doentes
Doando abrigo
Sem ter abrigo

Mas há iris aberta
Há cão sem coleira
Há chão sem sujeira
Há paletó sem carteira

Há planeta sem ser celeiro
E poeta sem ser carteiro
Mas são...

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