quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Dezessete

Meus versos são outros
Meus gestos me moldam em disputa
Passos são poucos
Pras corridas em mão dupla

Tua cegueira me mata
Me desfaz em pedaços
Me transforma em papel sem pauta
Sem nem um traço riscado

Tu diz que eu sou gelo
Que poça essa a minha então!
Eu digo exageros
Besteiras minhas são

Entre linhas e letras assisto o passado
Voltando em cenas em modo retrato

Se puder ver os abismos
Se puder enxergar as subidas
Não me vê mais em trovadorismo
Escolas se entrelaçam nas idas

Gritos ecoam nas passarelas
Vozes ditavam suas novelas
Passadas cortadas pelas vielas
Ultrapassavam portas e janelas. invadiam.

Invadem tudo
Ocupam a carne e os poros
Transbordam sem mudo
Mute é censura em velório

E lágrimas não guiam passos
Por mais normal que possa
Ser âncora também afoga
E leva verso sentenciado.

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